quarta-feira, dezembro 01, 2010

Especialmente naquela primavera que prometia tudo e que todos esperavam aflitamente, as flores não prosperaram. Nenhuma sequer apareceu nos lares e canteiros daquela cidade, que esperava tão ansiosamente por elas. Todas as flores estavam mortas e infelizmente não tiveram a chance de permanecer naquela primavera que prometia tanto. Uma fatalidade era aquele acontecimento, toda a cidade vivia exclusivamente das flores, era conhecida como das cidades mais belas por justamente possuir flores tão lindas. A cidade estava com toda expectativa de continuar nascendo às flores mais belas, pois assim o comércio aumentava e o turismo também, tudo naquela cidade cheirava e girava em torto das flores.
O desespero foi total quando a cidade acordou e não viu apenas flores mortas, era inacreditável, e a pergunta que não saia da cabeça de todos era “o que aconteceu?”. Especialistas foram chamados, policiais e cidadãs ficavam de vigias, ninguém saia ou entrava naquela cidade, apenas com autorização do prefeito, e isso continuaria ate descobrirem o que tinha acontecido. As investigações começaram logo no 3º dia da primavera; o prefeito queria agilidade, o comércio tinha parado e precisa voltar o mais rápido possível, e as pessoas precisavam sorrir novamente, por querer ou falsamente. Era preciso a normalidade, a maioria queria voltar a sua rotina, e isso só acontecia quando as flores voltassem.
No quinto dia os especialistas/investigadores descobriram o que tinha acontecido. Era simples, era veneno. E no mesmo momento que descobriram começou também a correria para pegar o criminoso, afinal quem poderia cometer uma atrocidade daquela e se teve por que e com que direito? Eram tantas perguntas para uma resposta. A polícia com a mesma velocidade que tiveram o procedimento da descoberta do veneno foi procurar quem era o culpado, que achou num piscar de olhos. Policiais, prefeitura, população todo pela mesma causa, tudo pela recuperação do tempo e dinheiro perdido.
O “criminoso” não era muito dos lá dos espertos também, que já rapidamente foi descoberto, foi mais simples achá-lo do que cachorro em casa de cachorros perdidos. O mesmo tinha comprado uma grande escala de veneno, inclusive fez essa compra na própria cidade. Iuiuiuiu, carro da polícia chega a casa dele, e com isso população exasperada e preparada na praça para matá-lo. Força a porta, abre a porta, entra na casa e lá está ele.
- Então rapaz, você que é o criminoso né?! – diz o policial
- Criminoso de que meu senhor? O que fiz? O que fazem aqui? – surpreso, pergunta o rapaz considerado como o criminoso.
- Não é você que faz as perguntas aqui meu caro, somos nós. Alias como tem a coragem de perguntar o que você fez. Não acredito, além de destruidor é irônico também – falou o detetive.
- Mãos ao alto, você está preso por ter destruído toda a fonte de vida da cidade, como teve coragem em, seu bárbaro? Já falei mãos ao alto! Matar aquelas flores – diz o policial ao mesmo tempo nervoso e de coração partido ao lembrar-se das flores.
- Mas não foi culpa minha. Eu precisava fazer aquilo, ou elas iam me matar, não pensei em prejudicar ninguém senhor policial. Era o cheiro delas. E elas estão ao meu redor, e o cheiro de todas faz-me lembrar da minha mulher, que morreu. Não estava mais agüentado, estava totalmente atormentado, todas elas me lembravam ela, elas eram ela, ela era elas. Porém agora estou aliviado, nada de flores, nada de cheiro, e minha mulher descansa em paz enquanto eu não morro, não quero morrer, entende?! E o cheiro estava me matando – dizia o rapaz já aos prantos, por lembrar do cheiro, por lembrar da tua mulher.
- Não me venha com mentiras, está preso, venha, está preso e pronto. Quero ver se não conta a verdade lá na prisão. Espere por ver.
- Mas não minto meu senhor, não minto.
E para a prisão eles foram. A população não conseguiu matá-lo, mas conseguiu prisão perpetua. A paz retornou, o bolso encheu, e as flores depois da recuperação do solo, ah elas conseguiram voltar, voltar para a cidade das flores. 

segunda-feira, novembro 01, 2010

P

Claramente era perceptível que ela sorria para mim enquanto eu fazia aquela cara de paisagem, disfarçando qualquer tipo de reação sobre aquele sorriso e olhar penetrante e nem um pouco comum, aqueles olhos comiam-me por inteiro, eram gigantes e perturbadores.
Tinha uma vontade incessante de ir ao seu encontro e falar-lhe “Por que olha tanto?”, contudo não tinha tempo para isso (pois com certeza isso levaria a uma discussão) e minha pequena podia a qualquer momento.
Com quinze minutos de atraso, minha pequena chegou. Estava graciosa. Seus médios cabelos arruivados brilhavam em plena noite, seu corpo finalmente admitiam suas curvas com a roupa que estava usando e seu rosto ainda infantil a deixava mais bela. Quando me viu, acenou para mim. Busquei-a, dei-lhe um beijo e fomos diretamente à mesa onde eu estava enquanto a esperava.
Quando chegamos à mesa, olhei ao redor e não encontrei aquela desconhecida que sorria e olhava para mim com tanto fervor. Durante todo o período do jantar não consegui sequer concentrar nas palavras que saiam da boca da minha menina. Simplesmente estava fixado naqueles olhos gigantes e perturbadores que pareciam que me contavam algo.
Fiquei neste estado (fixado) durante a semana inteira, não conseguia pensar em mais nada, dentro de mim eram somente devaneios voltados àqueles olhos e arrependi-me profundamente por não ter lhe perguntando o motivo daquele olhar, estava completamente frustrado e obcecado. Não conseguia descobrir o que se passava naquele olhar, naquele sorriso, apenas tinha suposições que com certeza eram totalmente fracassadas, minha mente não processava nenhum pensamento racional sobre aquilo, era muito mais complicado do que eu podia imaginar.
Chegou sexta-feira, precisava fazer compras no supermercado, meu armário já não estava mais abastecido; sabia que ia enfrentar um trânsito que fatalmente iria me deixar estressado, mas fazer o quê? Cidade grande era assim mesmo e até o meu interior logo ia acabar tornando assim também.
Entrei no carro e vou em direção ao supermercado. Cheguei à avenida principal movimentada como sempre. O semáforo ficou vermelho. Olhei então para a calçada, até que vi a mulher que tanto me perturbou durante a semana. Fiquei exaltado com a idéia que podia finalmente tirar aquela dúvida, que não saía da minha cabeça. Com a cabeça evaporando idéias, escuto um barulho. Era um tiro. Dentro do meu carro vejo pessoas correndo desesperadas. Então olho novamente para a calçada a procura daquela mulher e quando a vejo estava no chão, seu sangue estava esparramado por toda a calçada, estava morta. O sinal abre. Acelero o motor, sigo o meu caminho, sem saber o que fazer ou sentir.

sábado, outubro 30, 2010

É que no fundo dói.



(Para Diego Terra)

Acontece que lá no fundo dói, e dessa vez nem tive como prevenir, quer dizer nunca consegui, até porque dor a gente não evita, quando vemos já está doendo e doendo muito. Eu poderia dizer que é culpa sua, porem seria mais minha do que sua não é?! Talvez realmente fosse culpa do tempo, até por que quando não estou julgando a mim, julgo-o como todo provocador desse final triste poderia ele ter dando mais tempo a nós dois?
Dessa vez eu não pedi, apenas aconteceu, contudo se aconteceu, é por que existia, existia na minha cabeça, nos seus olhos, nos nossos corações, principalmente no meu, que deve está esmagado com tanta dor.
Só lamento está assim, já tentei levantar da cama, ressuscitar, mas não dá, o meu corpo está gélido, minhas mãos estão trêmulas, as pernas sem sequer tem vontade de se erguer, do mesmo jeito que eu também não tenho. É complicado, eu sei, mas fazer o que?! Aceitar?Sim. As coisas acontecem, infelizmente ou felizmente, e tudo vira sal e mineral, e você também virou, e agora eu não agüento aceitar esta injustiça ou justiça. Não tenho mais a quem apelar, tinha quando você estava, mas agora não está, e estou só, e as forças que eu tinha acabaram-se, junto com nós dois.

sexta-feira, outubro 29, 2010

Então gente mais um dica de banda (outra que eu gosto muito) e vai fazer show em Bh (quem quiser me dá o ingresso eu deixo tá). Tem um som agitadinho e e alterativo, link do site da banda esta ae Phoenix. Espero quem gostem.


Depois de muuuito e muito tempo

Como disse no título ae, depois de muito, muito e muito tempo, vim postar uma coisinha, vim dá um dica sobre um forum muito bacana,  Clube do livro, este clube é muito bacana e tem muitas discussões sobre livros, sem contar que um forum deste nos incetiva a ler e discutir sobre algumas coisas que geralmente não temos a oportunidade (a não ser dentro da escola). Então é isso gente, participa lá, Clube do Livro.

domingo, outubro 17, 2010

Ponto final não, vírgula.




Não era mais preciso pedalar. Acabou. Pois ela já tinha finalmente chegado aonde queria estar. Claro que não no sentido literal da coisa, lugar, tempo, espaço, já que por ela tinha que ter nascido há muito tempo atrás, mas digo no sentido em que tinha realizado seus sonhos de menina, justo esses que são os mais brilhantes.
Vamos dizer que não pedalou muito - apesar de que qualquer outra pessoa precisaria pedalar muito para chegar aonde ela tinha chegado - entretanto pode não ter pedalado muito, mas suas poucas pedaladas foram suficientemente fortes para chegar rapidamente aonde queria. E onde estava então? Ora, ela estava nos seus sonhos de menina. Infantis?  Nunca, calúnia seria dizer isso, tais sonhos eram somente grandes, grandes para ela, pequenos para o mundo, o mesmo mundo que agora estava na palma da sua mão.
Mas enfim, chegou lá, e é isso que importa. Seus sonhos de menina estavam realizados. Realizou. Vírgula, pois por ponto final não dá. Tinha que fazer alguma coisa agora. O quê?  Dormir, comer e sentar? É isso seria bom, mas não o ideal. Os sonhos de menina tinha se realizado, agora só faltava uma coisa, ou várias outras vírgulas, os sonhos de mulher também se realizarem. Afinal, a menina sonhou, cresceu e realizou seus sonhos de pequena, mas enquanto ela crescia, ela também sonhava e então para novamente conseguir realizar outras previsões do futuro da sua cabeça, precisava enfim voltar a pedalar.